De repente, minha realidade aflora em mim completamente irreal. Desengavetar as bikuatas escondidas há quarenta anos, que incluem papelinhos com frases das meninas: “Eu te amo, papai, eu te amo mamãe”, escrita infantil, desenhinhos, coraçõezinhos. Cartas dos nossos pais e outros familiares que há muito deixaram este plano! Tudo isso custa um bocado a picotar na máquina, porque também para nós a idade chegou, sem dó nem piedade. Fiquei piegas, não mais contenho as lágrimas, que na verdade nunca consegui conter, mas lograva esconder. Lembro de dizer num poema sobre “lágrimas que vergonhosamente me envergonho de mostrar”!
Fico por aqui, com os olhos vermelhos, não sei se de chorar ou de rir, porque outras cousas e lousas encontradas nos deram pra gargalhar, para variar e compensar…
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