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Archive for Abril, 2023

I Quit!

Com sinceridade, sinto-me um perfeito imbecil com a confusão que criei em torno da iminência de mudanças há muito desejadas, mas que uma vez colocadas no caminho da realidade, deixei que nos arrastasse através da escuridão de um túnel cheio de dúvidas, receios, peaks de pressão sanguínea e até indisposições no nosso relacionamento, que está perto de completar 60 anos. Deveria eu tomar a sábia decisão de empossar a Nina de plenos poderes para resolver essas coisas por mim? Mas ela já é plenipotenciária, desde que eu não surja para atrapalhar. Coisa que já se provou não ser muito fácil…

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Revejo antigos poemas que acabo duvidando haverem saído de mim! O que terei eu feito de tão grave que levou o tempo a punir-me e sonegar-me a capacidade de poetar? A minha musa continua a mesma musa que sempre me inspirou. Ela, como eu, envelheceu fisicamente, mas a alma, essa, continua sua, minha, nossa:

“Vem dos teus olhos a luz

que me guia e ilumina,

que me atrai e me seduz,

que me arrasta, me abduz,

que a minha vida domina…

Vem dos teus olhos o alento

que me encoraja, incentiva,

que mitiga meu tormento,

que acolhe o meu lamento,

que minh’alma mantém viva…

E quando teus olhos fito…

Mergulho em seu verde infinito,

às profundezas da paixão!

E nunca erro o caminho

que me conduz direitinho

ao conforto do teu coração!”

Algures no mar…algures no tempo…

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As primeiras barras de Mahler 3 excitam meus sentidos através dos fones de ouvido, ao mesmo tempo em que abafam o fluir dos noticiários das TV´s, execráveis para mim, mas de aparente importância para a companheirinha, que as não dispensa. Ideias parecem surgir por entre o ultracomplicado e profundo desenrolar da obra sob a regência do saudoso Caudio Abbado. Ocorre-me que foi com Abbado que pela primeira vez escutei a ópera Carmen em sua íntegra, com Plácido Domingo como Don José e Teresa Berganza no papel de Carmen. Antes, só excertos e árias. Decorei o libreto inteiro, tantas foram a vezes que escutei. Mas filtrei o francês francamente ruim de Plácido e não só! Agora já entramos no “Tempo di Menueto”, os oboés vão fraseando sobre o pizzicato suave e preciso dos celos e contrabaixos, até surgirem em força todos os violinos, suportados por clarinetes e fagotes, mais a ajuda das flautas. Mais um andamento – “Comodo – Scherzando. Ohne Hast” e fiz uma pausa para aportar um queijinho, um vinho tinto alentejano e pão de batata doce produzido aqui em casa. Devo confessar que, à segunda taça de tinto de 13,5%, minha atenção decresceu, decresceu, até que capitulei e deixei o resto da sinfonia para amanhã…

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Vírus

De repente, não mais que de repente, calafrios e tremuras, seguidos de calamuras e tremafrios. Quando pararam, a temperatura foi aos 39. Seguiram-se consumo de paracetamol, suadouros, noites mal dormidas e, finalmente, senti melhoras na minha disposição, passados quase três dias. Teste caseiro de COVID19 = Positivo! How dare you?, perguntei-me chocado! A Nina culpou o avião da Azul, enquanto que eu tendo a culpar o azul do avião e acabo concluindo não ter quem acusar além do sinovírus…

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Ouvinte

Sou de poucas palavras e de escutar muito. Silencioso, arrisco um sorriso aqui e ali. Tenho, no entanto, a consciência de que o meu maior risco é o de ser falado como um fulano impenetrável, de mal com a vida, ou doente. Até que seja servido um “gatilho”: uma ou duas taças de um bom vinho, por exemplo, mas pode ser champanhe, que eu também muito aprecio. Em Spirits como whisky e outros destilados eu, presentemente, não alinho. Acionado o gatilho, poderá o meu discurso fazer-me falado como um fulano que não concorda com nada do que foi dito, antes do gatilho, é claro, podendo sair do evento com alguma mal querência, caso os temas deslizem para belicosos campos. Melhor não convidar, pois!

Agora, falando sério e desdizendo o supra afirmado; Não deixem de convidar-me, porque, garanto, sou um bom ouvinte. Bom, silencioso e respeitoso ouvinte. Mesmo depois do gatilho…

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Santa Sexta

Enfrento, uma vez mais, um incomodativo resfriado. Mas, pelo menos por enquanto, sem temperatura. Então, expliquem-me a razão das tremuras como se estivesse com febre altíssima! Tomei Paracetamol e senti melhoras. Pior é que a companheirinha diz que a culpa é minha, por não usar roupa adequada ao clima de Curitiba. Aceitemos, então a culpa, minha máxima culpa, nesta santa sexta feira santa. O almoço incluiu uma gostosíssima tilápia ao molho e vejo que, pelos preparativos, terá um jantar com um caldo verde como a avó ensinou.

Aqui em casa, muita coisa gravita em torno da música, embora, inteligentemente, ninguém alguma vez tentasse sobreviver dela. Tem professor de música para as meninas, que é também professor de canto da mãe das meninas. Instrumentos e periféricos não faltam por aqui! A gata chiara parece gostar do que escuta. Os outros instrumentos são computadores, porque o meio de vida é TI, cloud engineering, programação, RH…

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Circo

Palhaço internético “luva-de-pedreiro” que de humilde trabalhador de roça alavancou-se a personalidade conhecida mundialmente e muito, muito rico! Vi no programa do Faro agora há pouco. “O meu mundo”, pensei, “virou um gigantesco hospício”! Mas diverti-me, contudo, com tal pantomina milionária. Serviu pelo menos, para mitigar um pouco a tensão de saber de um familiar de novo internado em emergência cardíaca em Salvador, Bahia…

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Ramos

No encontro com uma procissão de Domingo de Ramos aqui do bairro, afloraram muitas recordações de infância no seio das famílias católicas. Para nós, crianças, havia muita diversão nas bandas de música, nos foguetórios, nas delícias expostas nos tabuleiros das doceiras. Mais de sete décadas se passaram e os valores religiosos dessa época, aprendidos nas catequeses e na escola foram, ao longo dos anos, perdendo para valores outros de valor sempre discutível. Porque nada é indiscutível. Só a fé de quem de fato a tem e mantém inabalável. Daí a realidade da procissão, desfilando diante dos meus cansados olhos…

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